terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Rede Antissocial





As redes sociais têm por característica fundamental retirar as pessoas do anonimato total, não da identidade completa, pois essa dá para subverter, enrustir, mas ao menos do anonimato intelectual, pois nelas as pessoas postam aquilo que são capazes de concatenar com um mínimo de organização mental. O resultado disso, portanto, é de inteira responsabilidade de cada um.

Nas redes sociais as pessoas pretendem demonstrar quem são, com quem se relacionam, com quem gostam de se relacionar frequentemente e quem mantêm em seu vínculo de relações apenas para dar volume ou por segurança. Muitas vezes há a troca saudável de perfis, onde aquilo que era exclusivo e individual por pura falta de oportunidade ou antipatia, acaba sendo de domínio público, como as amizades.

Meus amigos são só meus, os seus são só seus. Esse é um tipo de organização fraternal que perdeu a força dentro do universo das redes sociais, onde as relações se expandem, e longe de se tornar totalmente frívolas, somam-se. Uma coisa é fato, semelhante atrai semelhante (e não os opostos), e o que é seu, só será meu na medida da nossa semelhança.

Para ilustrar o que quero explanar, usarei um caso recente onde reencontrei um conhecido de longa data quando estava fuçando, sei lá porque, a rede de relações de uma das minhas amigas da rede social do momento. Ele tanto não era só amigo dela, que eu o conheci primeiro, e antes dele ser seu amigo de faculdade, foi meu amigo de ensino fundamental. E não por acaso essa amiga passou a ser nosso principal assunto em comum, além da escola. Razoável, não?

Conheço outro caso, de outro amigo que é muito reservado e mesmo possuindo rede social posta apenas o que lhe convém, ao invés de postar algo que possa ser alvo de comentários por ele censurado. Antes de cometer o ato ridículo de censurar algo privado que foi posto em público, ele simplesmente não posta. Seus amigos também são limitados, e ele cuida do que há em seu perfil, não fica controlando o que os outros postam sobre ele, já o citei inúmeras vezes, mas quando ele quer falar comigo, ele puxa pelo bate-papo que é particular.

É uma espécie de código de ética pessoal e individual, de si pra si mesmo, que o poupa de cenas constrangedoras on-line. Poderia citar os cínicos virtuais, que são aqueles simpaticíssimos da rede, que pessoalmente não são. Mas aí já entraria em julgamento, e não cabe a mim esse tipo de coisa. O fato é que pessoas antissociais não deveriam participar de redes sociais, simplesmente porque não gostam de pessoas estranhas, e onde se encontra mais pessoas estranhas, no sentido de desconhecidas, do que nesse ambiente? Aí vai fazer o que, censurá-las?

O tempo passa e o mundo ao invés de evoluir repete as mesmas burradas, e agora no mundo virtual, partindo de alguns discursos de não um, mas muitos “companheiros” de rede social, já estamos prestes a revoltas anticomunistas, pró-capitalistas, ou “abaixo o socialismo na rede”, logo estarão cobrando para que alguém se torne membro, para evitar que o “povo” (que virou sinônimo de pobre) se misture a elite.  Aqui como lá, estão (sujeito oculto em espaço público) apenas pensando no próprio umbigo e não em alguma causa útil.  


Apesar dos aparentes protestos contra qualquer coisa que se faz, é vazio de contexto político, e sem maiores noções. Enquanto a maioria está preocupada com o BBB, o Michél Teló, a Luiza que voltou do Canadá, ou o vício do William Bonner, outros se fecham e buscam reclusão em espaço público. Aja paciência!


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Síndrome de Alicinha




Quase 30!

Só de me lembrar dessa novela já estou denunciando a idade. Corpo Dourado, 1998, novela das "sete", que na verdade é 19 horas; autor: Antonio Calmon. 

Uma das personagens da referida novela era a Alicinha, loira exuberante interpretada por Daniele Winitz, onde seu bordão era a frase supracitada ao início deste post: Quase 30! Oh, Deus o ano virou, janeiro está aí, meu aniversário, 27 aninhos dourados, ou quase trinta, como lhes aprouver... 



Por que a idade pesa? principalmente quando as realizações são desproporcionais a quantidade. É bobagem contar o tempo, porque independente de contarmos os dias nos dedos ele vai passar. Escrevi uma vez que a beleza é uma passageira que não se perde em hora alguma, tal como o tempo, passa, mas nunca se perde. Não há história de alguém que tenha conseguido driblar o tempo (nem o curioso caso de Benjamin  Button, o tempo dele correu ao contrário, mas correu!), e esse passageiro leva muitas coisas consigo.

Brad Pitty

Algumas coisas ele está levando tarde, outras está trazendo com a mesma lerdeza. Mas, ainda assim, dependeu das minhas escolhas, não era apenas o destino tomando conta de minha vida a minha revelia, embora pareça. 

A idade, ou aquele número esquisito no RG, que vem após o dia e o mês de nascimento, que subtraído do ano atual revela aquilo que muitos tentam esconder, como se fosse fazer grande diferença. Aí tentam burlar os efeitos do tempo com plásticas e cirurgias de todo tipo, e acaba que a emenda sai pior que o soneto, mas cada um gasta o que pode para fazer o que acha que deve. 

A mim resta viver, carpe diem, aproveitar o dia, que nos últimos meses estão em completa confusão entre momentos felizes e de nostalgia, tristezas e ameaças de regredir aos mesmos erros, em virtude das mesmas companhias, das mesmas histórias, do mesmo. Mas ainda é tempo de mudanças, o ano está só no comecinho... 

Sonhos que aos poucos tenho transformado em planos não me faltam, e fé em Deus pra me auxiliar também está sobrando. Amém! Os sonhos de Alicinha eram se casar com Arturzinho (Marcus Winter) e ascender socialmente - o famoso golpe do baú, mais antigo que andar para frente. Entretanto, seu caminho foi desviado para os braços do romântico e rústico Jorginho (Gerson Brenner), com quem enfim se casa e tem vários filhos.  

A parte do rústico e a dos vários filhos eu deixo para a Alicinha, não tenho vocação para coelha. O resto é um caso a se pensar... não! o golpe do baú não! Não me vejo casando por interesse financeiro, mas não vejo pecado algum em enriquecer junto com meu, quem sabe, futuro marido. 



Post Scriptum: Sei que casamento está fora de moda, mas considerem o tema do post e vocês jovens leitores entenderão  algumas coisas da vida, ou pelo menos da minha vida. Ainda assim, é só um "quem sabe!"