domingo, 5 de julho de 2015

Black Or White

Preto ou Branco? Minha infância foi cheia de aprendizado e eu mal sabia. Vira e mexe ocorre algum reboliço popular em torno de alguns temas, e agora com as Redes Sociais, todos se sentem politicamente corretos e defensores dos bons costumes.

Meu irmão mais velho gostava muito do Michael Jackson, ele tinha alguns LPs e eu ficava fascinada com os encartes dos discos. Um deles era o Álbum Thriller, onde na capa o Michael estava posando com um terno branco e pele negra.




O outro era o álbum Dangerous, que entre tantas imagens, tinha a foto do olhar expressivo de Michael, com pele branca. Tiveram outros depois, mas ao tema do post bastam estes. Eu tinha seis anos de idade e não ligava a mínima para o fato do Michael Jackson ser negro ou branco. Ele era simplesmente demais em qualquer uma das suas mil faces. 



Eu não me apegava a esta questão porque não tinha relevância nenhuma, isso não determinava quem ele era ou o que ele fazia, ou talvez sim, no sentido da sua arte e o que chamam de “Cultura Negra”. Mas eu via o ser humano Michael, e neste sentido uma criança consegue compreender o desenrolar de uma vida sem se preocupar com a falta do que fazer que é o preconceito racial.

Desde aquela idade até hoje eu amo Michael Jackson, estou pouco me lixando para a opinião pública em torno dele. Mas, eu nunca tinha me dado conta de como administrei bem esta questão das mudanças externas! Mostrando alguns clipes para minhas sobrinhas, filhas do meu irmão mais velho, a pequena perguntou: “por que ele está branco?”. O clipe era exatamente o que dá nome a este post. Black Or White.

Respondi a versão mais simples sobre o Vitiligo, e não me aprofundei, pois esta resposta bastou a mim, bem como a elas, pois elas se deliciavam na sua arte, no seu trabalho que ele se esmerou para fazer com qualidade. Tenho um pouco do seu perfeccionismo e consigo imaginar como era; só não tenho o talento e criatividade genial que ele tinha. Ele se destaca por isso e não pela sua cor.

Na adolescência eu traduzi suas músicas, com ajuda de algumas apostilas de inglês e um dicionário, não existia na internet sites com as letras prontas, e muitas vezes mal traduzidas. Aí conheci além da arte plástica o seu conteúdo. Hoje eu olho com tristeza porque sei que as esperanças do Michael são impossíveis, “Curar o Mundo”, “fazer do mundo um lugar melhor”, “acreditar em si mesmo”. We are the world? No, I don’t. Eu espero que agora ele esteja realmente num lugar melhor. Enquanto eu ainda estiver aqui, para mim ele será sempre negro e branco e um ser humano encantador.




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