domingo, 6 de setembro de 2015

O Pequeno Príncipe - Filme



Esperei ansiosamente pela estreia nos cinemas do filme O Pequeno Príncipe. Quem me acompanha sabe que sempre gostei da fábula de Antoine de Sant Exupéry, com sua delicadeza, e infinitos pontos de semelhança com minha vida.


Quando assisti ao trailer do filme, percebi que não seria apenas o enredo do livro representado nas telonas, outras personagens entrariam em cena para dar mais vida ao filme. E a personagem seria exatamente uma menininha sem nome, com uma mãe sem nome, que pode ser qualquer uma de nós que somos ou fomos garotas. 



A mãe tinha por objetivo preparar a filha para a melhor carreira acadêmica que ela podia sonhar, e para isso a garota não poderia ter vida social. Vivia isolada em casa, estudando, sem amigos. Ela não podia ser menos do que perfeita. Até que um dia seu vizinho, um ex-aviador idoso, percebe sua solidão e começa a atrair a menina para uma grande aventura. A sua aventura com o pequeno príncipe.

O velhinho começa a contar a história do principezinho que ele conheceu no deserto do Saara, na ocasião da queda do seu avião bimotor. Um príncipe criança, no deserto, pedindo um desenho de um carneiro. Uma figura inusitada que questionava as pessoas grandes, que ele julgava muito esquisitas. E realmente são.




O filme focou nas esquisitices dos adultos, que afinal era a principal crítica do livro, e ao mesmo tempo em que omitiu algumas personagens (como o bêbado, o acendedor de lampiões, o astrônomo e o geógrafo), apresentou-nos novas perspectivas do rei, do homem de negócios e o vaidoso, que em minha opinião é o protagonista de muitas histórias atuais. Além é claro da mãe sem nome, da menina sem nome. Faltava uma versão feminina de gente esquisita, e quer ser mais esquisito que uma mãe?

Mas o filme foi muito feliz, pois as personagens e o enredo adicional mantiveram a ternura do livro, o essencial invisível aos olhos. Na verdade me identifiquei tanto com a garotinha quanto tinha antes me identificado com o principezinho, ou com a raposa, que queria criar laços! 



“Vivi, portanto só, sem amigos com quem pudesse realmente conversar”. Disse o aviador; Depois de adulto ele chegou a triste conclusão de que as coisas que não tem preço não tem valor nesse mundo. Eu, o aviador, o príncipe e a menina temos em comum a solidão, pela tremenda falta de habilidade em lidar com gente grande, ou mesmo com gente pequena metida a gente grande. Damos valor as pequenas coisas, questionamos tudo. 



Não vou contar o final do filme, pois seria demais desagradável para quem não assistiu. Mas, de todas as obras de animação que já assisti, até mesmo pelo vínculo emocional que tenho com o petit prince, esta foi a melhor. 





    

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