domingo, 12 de fevereiro de 2017

Onde foi parar a Poesia?



Não sei por que motivo, razão, circunstância resolvi perguntar ao Google: onde foi parar a Poesia? E sabe o que ele me respondeu? “Patrícia Poeta foi irônica ao reverenciar William Bonner“. Foi aí que percebi que o problema da poesia é muito mais crítico, pois nem os algoritmos da web sabem do que se trata, e “poeta” é apenas sobrenome de jornalista da TV Globo.

Já contei aqui neste blog inúmeras vezes minha relação com a poesia, e por isso mesmo muito me dói ver a relação das pessoas modernas com essa arte. Ou a falta de. Nesse mesmo período do ano de 1922 estava ocorrendo em São Paulo a semana da Arte Moderna, onde diversos artistas plásticos, escritores, poetas, com o apoio do governo divulgaram suas obras com uma linguagem mais livre, menos conservadora, renovada.

Dali em diante a linguagem foi se libertando mais e mais, que abandonou até a correta grafia, algumas sílabas revoltaram-se contra suas vogais (se é q vc me entende), as rimas atuais mais citadas são falar com blá, blá, blá; esquece com chiclete, motel com infiel (temas da atualidade); maconha com onda (ou vergonha...), rimas cantadas nas chamadas “músicas”, sim por que poesia escrita pela simples arte não existe mais, nessa rotina on line resumida a mais leve lembrança do que um dia foi poesia fica nas canções.

Ainda existem algumas obras musicais dignas de contemplação, como as canções de Roberto Carlos, Arnaldo Antunes, Nando Reis, Marisa Monte. Victor e Leo no ramo sertanejo também possuem algumas poesias, mas não as que fazem sucesso nas rádios. Existe ocasião para tudo. Há espaço para o blá, blá, blá musical, justamente por que não se busca contemplação, intuição, sensibilidade, sentimento quando se ouve certas músicas. Mas não deixa de causar certo espanto e nostalgia.


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